Uma superação para além das quatro linhas
Jovem de Santo Augusto, com vasto histórico pelo futebol de várzea, enfrenta jornada em busca de recuperação
Dentro das quatro linhas do campo, jogadores assumem posições estratégicas, muitas das quais exigem perspicácia e agilidade, resultando em defesas sólidas e consistentes, permitindo que todos os agentes colaborem na mais perfeita sintonia na busca pelo balançar das redes. Alcançar uma atuação de destaque, dentro e fora dos campos, são propulsores para crianças, jovens e adultos, que desfilam pelos gramados em busca da oportunidade para emplacar uma bela jogada, oferecendo aos expectadores um verdadeiro espetáculo de talento. É dentro deste contexto, que adjetivos como fé, determinação e resiliência ganham força, misturando-se aos desafios impostos pela vida, fazendo dos jogadores, independente dos seus resultados, verdadeiras estrelas, protagonistas de uma jornada de superação.
Vestir a camisa de um time de futebol e demonstrar o seu talento, foi uma constante na vida do jogador Rodrigo Silva, de 25 anos. Natural de Santo Augusto, o jovem, assim como muitos, iniciou a carreira no universo futebolístico cedo, aos 14 anos, quando ingressou na Escolinha do Cesa. Na época, sob orientação do professor João Batista, conhecido como Cabo João, ele tinha como sonho tornar-se goleiro, porém, quis o destino que seu verdadeiro talento fosse notado em outra posição: a volante/zagueiro. Os gramados sempre foram o seu segundo lar. Acumulando conquistas, tanto em campeonatos locais, quanto regionais, tais como os títulos de campeão municipal de Santo Augusto e do Campeonato Amador de Horizontina em 2022, ele construiu uma sólida carreira. Porém, um fatídico dia, iria colocar tudo a prova, mostrando que segundos são primordiais não somente dentro das quatro linhas.
Era fim de tarde do dia 06 de outubro de 2024. Rodrigo, conhecido como Pedrinho, seguia a Santa Rosa para buscar a esposa, quando teve o seu veículo envolvido em um grave acidente de trânsito, no trevo de Cruzeiro, saída para Três de Maio, resultando em diversos ferimentos. Dali em diante, a imagem do jogador determinado e ágil de dentro de campo, deu vez a de um homem frágil, que enfrentava a dor e a incerteza do seu futuro. Com a voz embargada o jovem recorda o período doloroso. “As dificuldades foram inúmeras, mas a maior delas foi ter que ficar vários dias internado, sem poder me movimentar”, relata.
A dúvida se poderia voltar a andar e consequentemente retornar aos gramados, era algo que o consumia. Contudo, com fé e apoio da esposa, amigos e familiares, foram primordiais para que ele pudesse vencer mais esta disputa. “Minha fé foi essencial para minha recuperação. Creio que foi através dela que tive forças e ânimo para superar as dificuldades daquele momento”, coloca. “O acidente, em si, foi um grande livramento de Deus, e através disso, levei ainda mais convicção na fé que tenho em Cristo. Ele é o único que pode nos salvar e nos dar uma nova vida. Na Bíblia, em Eclesiastes, capítulo 3, diz que há um tempo determinado para todas as coisas nesta terra. Há tempo para chorar e tempo para sorrir. Por isso, todas as adversidades passam, basta termos fé em Deus e perseverança”, complementa.
Agora, com a recuperação em andamento, Pedrinho não apenas sonha em voltar aos gramados, mas também planeja intensificar os treinos e retomar sua rotina de jogos. “Meu objetivo é me aprimorar ainda mais, tanto no futebol amador quanto na arbitragem, que é uma paixão que venho desenvolvendo ao longo dos anos”, conta ele. Ainda segundo ele, a meta é conquistar mais títulos regionais e deixar um legado de superação, fé e gratidão. “Gostaria de agradecer a todos meus amigos, que oraram por mim, me enviaram mensagens de apoio e contribuições. Que Deus abençoe a todos de uma forma especial”, finaliza.