“Difícil não ter um mês sem um caso de abuso sexual em Santo Augusto”

Uma realidade que parece distante, mas atormenta a vida de crianças e adolescentes. Hoje, 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Hoje, 18 de maio, o Brasil se une em uma importante mobilização social para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Instituída pela Lei 9.970/2000, a data visa conscientizar a sociedade sobre a gravidade deste crime e a necessidade de ações preventivas e repressivas para proteger os direitos das crianças e adolescentes. Este ano, a campanha ganha ainda mais relevância à medida que novas estratégias são implementadas para enfrentar os desafios impostos pelo aumento de casos durante a pandemia. Com o lema “Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes”, o movimento convida todos a participarem ativamente na luta contra essa violação dos direitos humanos, reforçando a importância da denúncia e do apoio às vítimas.

Na última quinta-feira, 16 de maio, a Secretaria Municipal de Habitação, Assistência Social e Cidadania (SEHAS), em conjunto com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) promoveram uma palestra, tendo como tema “Ouvindo e Orientando as Crianças e Adolescentes sobre Violência Sexual”. O evento foi ministrado pela psicóloga judiciária, mestre e doutora em psicologia, entre outras qualificações, Cátula Pelisoli, e aconteceu no ginásio da Escola Municipal Cívico Militar de Ensino Fundamental São João.

Ainda visando tratar do tema, o Conselho Tutelar de Santo Augusto irá promover, na próxima semana, uma série de encontros e palestras nas escolas do município. “Vamos visitar às escolas, trabalhar com crianças e adolescentes. Vamos falar sobre o que é o abuso, a violência, explicar o nosso trabalho”, projeta a atual equipe.

Conforme eles, engana-se quem pensa que a realidade de violência sexual, ou psicológica, é algo de grandes centros, muito pelo contrário. “Difícil não ter um mês sem um caso de abuso sexual em Santo Augusto. Por vezes é abuso psicológico, físico ou negligência, como passar frio ou fome”, declaram. “Dificilmente o abusar não é da família, seja padrasto, avô, amigo próximo, vizinho, ou que tenha fácil acesso à família”, alertam.

Nesses casos, é importante ficar atento a sinais específicos. A psicóloga Ana Savagnago, elenca mudanças repentinas e bruscas de humor, regressão, machucados e até mesmo DSTs. “Uma vez que se desconfia que uma criança possa estar sofrendo algum tipo de violência sexual é importante agir, afinal, não cabe a ela se proteger sozinha. Se a suspeita de abuso envolver familiares ou pessoas próximas à família é importante privar a criança do contato direto com o (a) suspeito (a) e, em hipótese alguma, deixar a criança à sós e sem supervisão. Além dessa observação, é importante buscar de forma rápida o atendimento psicológico para a criança, já que o profissional terá técnicas adequadas para acolher a situação”, orienta.

“Se você sabe que uma criança está sofrendo, não se omita, denuncie. Todas as denúncias que chegam até nós são averiguadas. Temos que pensar somente no bem-estar da criança. Quando o telefone toca, algum direito foi violado – nós nunca paramos”, conclamam a equipe do Conselho Tutelar.

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