São Valério do Sul e Inhacorá decretam situação de emergência em virtude da estiagem

Com chuvas irregulares, diversos municípios do Rio Grande enfrentam mais um ano de estiagem, resultando no comprometimento de reservas hídricas, produtividade agropecuária e o abastecimento de água para consumo humano e animal. Na última terça-feira, 25 de fevereiro, São Valério do Sul e Inhacorá, ambos localizados na Região Celeiro, tiveram os seus decretos de emergência homologados pelo Governo do Estado, em reconhecimento a situação crítica vivenciada por ambos os municípios.

O decreto municipal nº 2.798, datado de 14 de fevereiro de 2025, assinado pelo vice-prefeito de São Valério do Sul, Silvio Kondra, na época prefeito em exercício, relata que “a redução das precipitações pluviométricas, a ausência de chuvas previstas para a temporada, causaram o comprometimento das reservas hidrológicas locais”, as quais, em consequência “resultaram em danos humanos, ambientais e prejuízos econômicos”.

O laudo técnico dos prejuízos decorrentes de estiagem, elaborado pela Emater de São Valério do Sul, revela uma estimativa de perdas de R$ 21.173.875,00, oriundas a produção de milho silagem, soja, leite, milho, feijão, milho silagem 2ª safra e soja 2ª safra. As perdas circundam o índice de cerca de 40%. “Na cultura da soja verifica-se perdas previstas em torno de 40% na produção em relação a uma área de 5.200 hectares plantados no município, ocasionado por redução de chuvas a partir de novembro, que se intensificou ainda mais a partir da segunda quinzena de dezembro”, descreve o laudo. “Na bovino cultura leiteira as perdas estimadas em torno de 35% da produção durante período de novembro/2024 e janeiro/2025 devido a diminuição de pastagens, calor excessivo, diminuição de consumo e falta de alimento para os animais”, acrescenta.

Segundo informações, a falta de água para alguns moradores também foi fator predominante para que o decreto fosse emitido. Por alguns dias, houve o racionamento de água na cidade, além de que, no interior do município, houve a necessidade de intervenção do ente público no intuito de reabastecer algumas propriedades com água potável.

Já em Inhacorá, o decreto de emergência foi emitido em 12 de fevereiro, e também reconhecido pelo governo do Estado nesta semana. Segundo informações, a que foi formalizada através do Sistema Integrado de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), busca possibilitar a adoção de ações emergenciais para minimizar os impactos da seca prolongada na cidade.

A decisão foi tomada após uma reunião de emergência que reuniu o prefeito Emerson Cavali de Vargas, o vice-prefeito Elésio Roberto da Silva, secretários municipais, representantes da Defesa Civil e da Brigada Militar. Durante o encontro, foram avaliadas as condições críticas da seca, que tem afetado principalmente o abastecimento de água, a agricultura local e a qualidade de vida dos moradores.

O decreto de emergência é uma tentativa de garantir que recursos estaduais e federais possam ser direcionados para a cidade, buscando soluções imediatas para amenizar os efeitos da falta de chuvas. A estiagem, que já dura mais de três meses, tem causado uma significativa redução nos níveis dos rios, o que gerou preocupações tanto no setor agrícola quanto nos serviços essenciais.

Até o fechamento desta edição, o Estado registrava mais de 190 municípios em situação de emergência em virtude da estiagem, quatro deles localizados na Região Celeiro, sendo eles Esperança do Sul, Inhacorá, Miraguaí e São Valério do Sul.

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