Uma escola rural a caminho do centenário

A Trajetória Centenária da Educação em São Jacó

Prover educação aos filhos dos pioneiros da colonização, muito além do apenas ensinar a ler e a escrever no início do século passado, mobilizou famílias inteiras a abrir caminhos e clareiras nas matarias e ao longo deles (dos caminhos) e nelas (nas clareiras) a construir as bases educacionais. Pelo imaginário, vemo-las (as famílias) em intenso e penoso labor moldando uma estrutura rústica que se tornaria a escola. Concluído o mutirão, diante da obra, todos em estreita comunhão, como se templo ou ora sacrossanto fosse, festejam e depositam as suas esperanças no rumo e futuro da sucessão das gerações.
Quando fundamentada sobre a realidade do meio, a escola rural constitui efetivo instrumento capaz de transcender o universo físico do homem. A própria história demonstra isso. Um exemplo paroquial, em São Jacó, interior de Santo Augusto, resultado do esforço comunitário, ressoa de uma proposta educacional que se revela longeva.
A escola rasgou fronteiras produzindo vida prática e conduzindo o homem ao reino dos valores. Soube oferecer subsídios valiosos aos habitantes do meio rural, justamente por inserida em território em que as riquezas agropecuárias representam o que há de vital no sustento econômico e social da comunidade. Fechar este tempo memorável no caminho do centenário traduz o esforço dos colonizadores ao arrostarem toda sorte de obstáculos no deserto demográfico das distâncias de antanho.
Escola competente
A comunidade que se identifica com a Escola Estadual de Ensino Fundamental José Andrighetto, da localidade de São Jacó, interior de Santo Augusto, está a caminho do centenário. No contexto comunal desconhece-se trajetória similar pelo menos não na dimensão como a vivência ali consagra.
Apontamentos remetem próximo ao início da terceira década de 1800, quando Francisco de Paula e Silva, o Barão de Ibicuí, foi incumbido de verificar as estradas dos tempos jesuíticos e lhe concedida uma sesmaria de campos e matos, representando a primeira ocupação documentada do Rincão de São Jacob, época em que este vasto território ainda pertencia a Rio Pardo. A notícia de terra fértil, a partir daí, estimulou e acelerou o processo de colonização, evoluindo para a criação do município de Santo Augusto, em 1959.
Registros históricos revelam que as aulas começaram em 1926. A escola não passava de uma construção tosca, cobertura de capim e paredes com pranchas de coqueiro. Norberto Rodrigues era o professor.
No governo de Leonel Brizola foi oficializada pelo Decreto nº 12.241, de 30 de março de 1961, data que restou adotada como referência comemorativa, sob o nome de Escola Rural Isolada São Jacó. No dia 13 de agosto de 1968 foi reclassificada pelo Decreto nº 19.818, assumindo a denominação de Escola Rural São Jacó. No mesmo ano, o complexo educacional recebeu seu primeiro bloco em alvenaria, com três salas de aula. Já em 10 de dezembro de 1981 ocorreu outra reorganização, pela Portaria nº 63.863, da Secretaria de Estado da Educação, quando passou a identificar-se como Escola Estadual de 1º Grau Incompleto José Andrighetto, em homenagem ao pioneiro e benfeitor da localidade. Desde 2006 é Escola Estadual de Ensino Fundamental José Andrighetto, prosseguindo competente como o foi até aqui.

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