Quatro escolas de nível médio terão ensino em tempo integral

O Governo do Estado anunciou na quinta-feira, 07 de novembro, a expansão da oferta de escolas de Ensino Médio em Tempo Integral para o ano letivo de 2025. A ampliação alcançará mais 90 instituições de ensino em 68 municípios, seis deles localizados na região geográfica da Região Celeiro, Derrubadas, Esperança do Sul, Miraguaí e São Valério do Sul. Com isso, o Estado passara a ter quase 300 escolas de Ensino Médio com turno integral na Rede Estadual – mais que o dobro do que havia em 2023.
A modalidade, além, de aumentar a carga horária dos estudantes na escola, busca uma formação que coloca o aluno como protagonista do processo educação. A abordagem pedagógica do Tempo Integral está centrada na perspectiva de que o espaço escolar é o ambiente que melhor permite o desenvolvimento pleno de todas as dimensões do estudante: intelectual, física, emocional, social e cultural. Para isso, dentro do currículo, são oferecidos componentes como projeto de vida, estudos orientados, trilha de qualificação profissional, iniciação científica, disciplinas eletivas e práticas experimentais, além de práticas educativas como clubes juvenis e mentoria. Como forma de garantir a permanência, a saúde e o bem-estar, as escolas integrais também asseguram quatro refeições diárias para cada estudante.
No Rio Grande do Sul, a modalidade começou a ser implementada em 2018, quando as primeiras 11 escolas estaduais de Ensino Médio fizeram a transição para o Turno Integral. Desde então, o sistema foi ampliado, aumentando para 18 escolas em 2022, depois para 111, em 2023, e 206 em 2024. Na Rede Estadual, 27% das instituições de Ensino Médio já adotam o modelo. A meta é alcançar 50% em 2026.
A Escola Estadual de Ensino Médio São Valério, de São Valério do Sul, é uma das que passará a ofertar o ensino em tempo integral. De acordo com a diretora da instituição, Gislaine de Fátima Hermann, a documentação necessária para alteração do sistema de ensino da escola foi encaminhada em 2022, porém, a mesma acabou desclassificada na época por ser a única escola de Ensino Médio no município, tendo em vista que Instituto Ângelo Miguel é voltado para a comunidade indígena. “Estamos muito felizes com a novidade. Sabemos que muitos desafios surgirão e que teremos bastante trabalho pela frente, mas estamos preparados para oferecer o nosso melhor aos alunos”, colocou.
Gislaine recorda ainda os passos seguidos pela instituição, para que o aceite a nova modalidade de ensino fosse dado. Participamos de uma reunião com a equipe de 21ª Coordenadoria Regional de Educação, junto com outras direções escolares, onde nos foi mostrado como seria esse Ensino Médio em tempo integral. Voltei com a convicção de que seria algo maravilhoso para a nossa escola e para São Valério do Sul como um todo”, lembra. Contudo, não bastava a vontade da direção para a mudança de fato acontecesse. “Era preciso reunir a comunidade escolar, a fim de explicássemos o que mudaria na nossa escola e que os mesmos aceitassem essa mudança. Foi então que, com uma enorme participação da comunidade escolar – pais, alunos, CPM, conselho escolar, poder público municipal, Secretaria da Educação, alunos de diversas instituições, a adesão ao Ensino Médio em tempo integral foi unanime”, acrescenta.
Entre as principais mudanças identificadas pela atual direção da escola são-valeriense, estão o aumento na carga horária, a ampliação do quadro diretor, a matriz curricular, entre outros. “Hoje eu não tenho na escola um vice-diretor, secretário, bibliotecária ou monitora. Tenho apenas um coordenador pedagógico 20h, à noite. Com a implementação do ensino em tempo integral, teremos 1 vice-diretor (40h), uma secretária (40h), mais funcionários, mais merendeira, vigilante, além de mais recursos financeiros”, explica.
“A matriz curricular também muda. Os alunos terão um itinerário formativo técnico, o qual poderão escolher conforme a realidade do nosso município e também de acordo com os seus anseios”, complementa Gislaine.

Ainda sobre as vantagens da adoção ao novo modelo, está a melhor qualificação nos preparativos para ingresso no ensino superior, notas mais altas em português e matemática, além do investimento no futuro, que poderá ter um salário mensal 18% maior do que alunos formado no ensino médio regular, trabalhar em setores de alta qualificação, no setor educacional e de saúde. “O aluno também poderá aderir ao Programa Todo Jovem na Escola, que no caso dos alunos que estudam em tempo integral, a bolsa será de R$ 225,00 , 50% mais do que a convencional. O total para esses estudantes poderá chegar a R$ 8.250,00”, conclui Gislaine.
Segundo informações da 21ª CRE, “a implementação do Ensino Médio em Tempo Integral acontece de forma gradativa nas escolas citadas: 2025 essas escolas ofertarão o 1ºano EM; em 2026, 1º e 2º e assim sucessivamente”, explica. Ainda conforme eles, a regional já possuí 6 escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, totalizando, então, 10 instituições de EMTI a partir do próximo ano.