Uma condição que contraria o fluxo da vida e o desejo de ser mãe – viver a angústia de não poder gerar. Contudo, nessa montanha-russa de sentimentos, o coração torna-se útero e assume o sublime papel de maternar, maximizando o incrível poder do AMOR. Mulheres que, por motivos alheios a sua vontade, realizam o desejo de ser mãe por meio da adoção.
Um amor que transcende todas as barreiras, capaz de inverter a rota biológica, dando vez a um berço diferente, mas tão potente quanto. Uma estrada emocional, longínqua, que atende a um chamado profundo que ecoa no coração de muitas mulheres, originando diversas formas de amor e conexão – o maternar de um filho gerado pelo coração. Em um mundo de possibilidades, onde a tecnologia oferece a custos altos alternativas para mulheres que não conseguem gerar um filho biológico, a adoção se apresenta como uma forma de acalento a corações angustiados. Foi assim, que a professora Fabiana Rohden se tornou a mãe do Heitor.
Casada há cerca de 12 anos, Fabiana e Juares de Sousa nutriam o desejo de serem pais. Porém, por motivos desconhecidos pela ciência, ela não foi capaz de gerar o fruto do amor dos dois. Em 2020, o casal apostou no processo de Fertilização In Vitro (FIV), mas que não deu certo. “Houve a indução e eu tive poucos óvulos. Porém, acabou que o embrião não se desenvolveu”, conta Fabiana. “Eu já estava há sete anos tentando engravidar naturalmente e não conseguia. Meu sonho sempre foi ser mãe, mas não engravidei naturalmente. Temos poucas crianças na família. Somos apenas eu e minha irmã, que tem a Lauren, de quatro anos”, explica.
Contudo, o desejo de ser mãe sempre esteve presente no coração do casal, que decidiu, então, entrar para a fila de adoção. “Nós estávamos na praia quando nos ligaram dizendo que tinha um menino, que estava para nascer entre os dias 11 e 12 de janeiro. Largamos tudo, arrumamos as coisas no carro, e viemos para casa organizar as coisas para a chegada do Heitor”, recorda. “Hoje o meu sonho de mãe se concretizou. Vou fazer 47 anos e o meu maior presente de vida foi o Heitor. Tanto eu, quanto o Juares, desejamos muito esse filho, ele é tudo para nós”, avalia.
Para Fabiana, não há diferença entre o gestar e ser mãe de coração. “Não importa que o Heitor não tenha sido gerado por mim, ele foi gerado no meu coração. Eu sou muito feliz em ter ele comigo”, coloca.
Ainda conforme ela, o processo de mais de 2 anos de espera, até a adoção acontecesse é muito angustiante. “Eu sempre falava que, se não conseguisse gerar, eu queria adotar. Mas o processo, ele não é fácil. Mexe muito com o teu psicológico ficar naquela espera. Foi quando eu entreguei para Deus e disse que fosse para ser, aconteceria. O Heitor veio na hora certa”, conta. “Pensei em desistir algumas vezes, mas a hora de Deus é perfeita, ele sabe quando irá honrar os nossos propósitos de vida”, pontua.
Hoje, Fabiana se diz grata até mesmo pelos períodos de angústia. “Depois que o Heitor chegou parece que ele sempre foi nosso. Eu não lembro mais como era o meu psicológico, eu só sei que desejava muito esse filho. Era um desejo muito grande do meu coração. Hoje, nós somos uma família completa. O Heitor veio para nos unir como casal e eu tenho certeza que ele tem muito a nos ensinar”, conclui.