Três Passos voltará a ter Escola Sesc/Senac
Anúncio foi feito durante evento em comemoração aos 40 anos do Sindilojas Celeiro
Uma série de atividades marcou as comemorações pelos 40 anos de atuação do Sindilojas Celeiro, durante a quinta-feira, 24 de julho. Embora a entidade tenha completado quatro décadas em março deste ano, a data foi celebrada oficialmente durante um encontro regional que reuniu lideranças empresariais e políticas da Região Celeiro e do Estado.
A programação iniciou com o Programa de Desenvolvimento de Líderes (PDL), que contou com a participação de 13 entidades sindicais da região, reunidas no Centro Empresarial de Três Passos. Na sequência, os presentes acompanharam uma palestra sobre a reforma tributária — tema de relevância para o setor varejista e empresarial.
À noite, o ponto alto da comemoração ocorreu com a cerimônia festiva que celebrou a trajetória do Sindilojas Celeiro, destacando sua contribuição para o desenvolvimento regional. Estiveram presentes autoridades como o presidente do Sindilojas Celeiro, Antônio Afonso Granich (o Cuca); o presidente do Sistema Fecomércio-RS/SESC/SENAC e IFEP e também do Conselho Deliberativo do Sebrae-RS, Luiz Carlos Bohn; o prefeito de Três Passos, Arlei Tomazoni; e o prefeito de El Soberbio (Misiones, Argentina), Roque Soboczinski, além de outras autoridades.
Durante a solenidade, o presidente Luiz Carlos Bohn surpreendeu os convidados ao anunciar o retorno da Escola Sesc/Senac para o município de Três Passos. A unidade havia encerrado suas atividades em 2020, permanecendo fechada por cinco anos. Segundo ele, a reabertura foi viabilizada após um estudo de mercado apontar a demanda e o potencial da região para a retomada dos cursos profissionalizantes.
De acordo com informações, ainda não há uma data confirmada para a reabertura das portas da Escola SESC/SENAC. Porém, Cuca já afirmou que as equipes estão em busca do local apropriado para ofertar a estrutura que a instituição irá oferecer. “Iremos oferecer cursos para o setor varejista, além de uma boa estrutura para atender a nossa comunidade, incluindo uma academia voltada para a maturidade ativa”, adiantou.
Para o presidente do Sindilojas, o retorno da escola é resultado de anos de dedicação e incentivo à capacitação profissional. “Já vínhamos realizando diversos cursos voltados ao setor varejista, como capacitações na rede hoteleira, passeios e outros. Acreditamos que esse trabalho contínuo foi fundamental para esse retorno”, destacou Cuca.
A noite também foi marcada por homenagens. Receberam placas de congratulação o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Três Passos, Moacir Zagonel; o presidente da Cacis, Paulo Cesar Bohn; o presidente Luiz Carlos Bohn e o prefeito Arlei Tomazoni, além dos ex-presidentes da entidade.
SOBRE O SINDILOJAS
Antes da existência das atuais entidades empresariais de Três Passos, como o Sindilojas e a CACIS, o município contava com a ACI (Associação Comercial e Industrial), possivelmente fundada nos anos 1960. No início da década de 1980, com a implantação do SPC no Estado pela Federação dos CDLs, foi criado o CDL (Clube de Diretores Lojistas) em Três Passos, entidade que passou a administrar o SPC local. O CDL tornou-se mais ativo que a ACI, especialmente pela força financeira proporcionada pelos serviços do SPC.
Em 1985, sob a presidência do CDL, foi proposta ao então presidente da ACI, Lotário Walauer, uma fusão entre as duas entidades, já que seus quadros de associados eram praticamente os mesmos. A proposta foi bem recebida e resultou na criação da CACIS em dezembro daquele ano. A nova entidade absorveu os serviços do SPC, e as entidades ACI e CDL foram extintas em 1986.
Também em 1985, foi fundada a Associação do Comércio Varejista de Três Passos, presidida por João Pedro Weiler, com o objetivo de criar um sindicato próprio, desvinculando-se do Sindicato do Comércio de Ijuí. Na época, os empresários estavam insatisfeitos com os dissídios e com o imposto sindical sem retorno efetivo. A associação conquistou, em março de 1988, a carta sindical junto ao Ministério do Trabalho, passando a representar os municípios da Região Celeiro. O presidente da primeira diretoria foi Alcides da Ros, com um trabalho de mobilização conduzido pelo secretário executivo Romeu Ruwer, mesmo diante de limitações financeiras, mas com grande dedicação da diretoria.
A primeira gestão do novo sindicato concentrou esforços em seu reconhecimento regional e na prestação de serviços aos associados. Havia, contudo, uma imagem negativa do termo “sindicato” entre os empresários, devido a experiências anteriores com sindicatos laborais. A mudança de nome para Sindilojas, instituída pela Fecomércio durante congresso em Santa Maria, ainda sob a presidência de Renato Seghesio, contribuiu para melhorar a aceitação da entidade.
Durante a gestão de Seghesio, foi realizado um trabalho estratégico com os escritórios de contabilidade, visando à compreensão e arrecadação da nova Contribuição Confederativa, que substituiu o imposto sindical extinto pela Constituição de 1988. Diferente do modelo anterior, cujo valor era centralizado no Ministério do Trabalho, essa nova contribuição era integralmente recebida pelo Sindilojas, que ficava com 60% e repassava 40% à Fecomércio e à CNC. O bom desempenho na arrecadação fez com que o sindicato fosse elogiado pela Fecomércio, superando entidades mais antigas e com base territorial maior. A arrecadação dessa contribuição, somada à Contribuição Assistencial sobre acordos coletivos, foi essencial para os futuros investimentos da entidade.
As primeiras negociações coletivas foram feitas com o sindicato dos empregados de Ijuí e, posteriormente, com o sindicato laboral de Três Passos. Foram períodos complexos, marcados por inflação elevada e instabilidade econômica. As propostas de acordos coletivos traziam inúmeras cláusulas econômicas e sociais, exigindo negociações cuidadosas e assessoria jurídica qualificada. Apesar dos desafios, os acordos sempre foram firmados, mesmo que demorados, dentro de um clima de harmonia entre as partes.
Outro grande sonho da entidade empresarial era a construção da sede própria. Desde a fusão da ACI com o CDL, a CACIS havia herdado um terreno. Com o fortalecimento financeiro do Sindilojas, a proposta se tornou viável. Ainda durante o mandato em questão, iniciou-se a negociação para o Sindilojas adquirir 50% do terreno da CACIS, permitindo a criação do condomínio onde hoje está localizada a sede das entidades. Chegou-se a discutir a instalação de órgãos do sistema S (SESC, SENAC, SESI, SENAI, SEBRAE), mas o projeto acabou sendo dimensionado de forma mais realista e eficiente. A construção foi concretizada durante a gestão de Jorge Dockorn e Miria Seghetto.
Atualmente o Sindilojas Celeiro está sob comando de Antônio Afonso Granich (o Cuca).
O sindicato abrange os municípios de Barra do Guarita, Braga, Bom Progresso, Crissiumal, Derrubadas, Esperança do Sul, Humaitá, Miraguaí, Redentora, Sede Nova, Tiradentes do Sul, Tenente Portela, Três Passos e Vista Gaúcha.
Ex-Presidentes do Sindilojas Celeiro Homenageados