“Toda a dor da fratura sumiu quando peguei ela no colo”

Vivendo a expectativa do nascimento da filha, Isis Sophia, hoje com apenas dois anos, Alison Eduardo Simi Bueno viveu um momento inusitado em meio a ansiedade – no dia anterior ao nascimento da filha, ele participou de um jogo de futebol, em Coronel Bicaco, contrariando o conselho da esposa para ficar em casa. “A Tai me disse para não ir, que era melhor esperar. Mas como eu era goleiro e sabia que faria falta pro time, fui assim mesmo”, recorda. No primeiro tempo, um choque com outro jogador resultou em uma fratura no osso da mão.
A dor era intensa, e no dia seguinte ele se preparava para fazer um raios-X no hospital. Foi quando recebeu a notícia de que a esposa havia entrado em trabalho de parto. “Meu pai foi me avisar e eu nem pensei muito. Fui pra Três Passos com a mão quebrada e com muita dor. Eu não ia perder o nascimento da minha filha”, coloca.
Mesmo imobilizado, Alison fez questão de estar ao lado da esposa durante o parto. “Fiquei de mãos dadas com a Tai, com o coração a mil. Quando a Isis nasceu, a levaram para outra sala, e isso me deixou preocupado. Ela não chorava. Aquilo me apertou por dentro. Mas quando finalmente ouvi o chorinho dela, foi como se o mundo parasse. Logo trouxeram ela pro meu colo – aquele foi o melhor momento da minha vida”, relatou.
Para ele, o nascimento de Isis foi o dia mais feliz da vida. “Ver aquela menina linda nos meus braços, não tem sensação melhor. Toda a dor da fratura sumiu quando peguei ela no colo pela primeira vez”, recorda.
Os primeiros dias como pai também exigiram coragem e adaptação. Ainda sem ter feito a cirurgia, Alison se dividia entre os cuidados com a filha e as consultas médicas. “Eu sentia muita dor, mas não podia deixar a Tai sozinha. Tive que ser forte. Tive medo de segurar a Isis só com a mão esquerda, medo de deixá-la cair, mas com o tempo fui pegando o jeito”, analisa.
Após a cirurgia, já com o braço engessado, o pai ganhou mais segurança nos cuidados. Mesmo assim, o ritmo foi puxado. “Eu tinha que estar um pouco em Três Passos, com a Tai e a Isis, e um pouco em Portela, pra tratar da mão. Foi difícil, mas deu tudo certo”, acrescenta.
Para Alison, a experiência de ser pai o transformou. “Antes a gente só pensa na gente mesmo. Hoje, tudo o que faço é pensando na Isis. A paternidade muda a gente por dentro. A gente aprende a amar de um jeito que não sabia ser possível”, complementou.

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