Renda e ocupação revelam contrastes econômicos na Região Celeiro
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 09 de outubro, revelou um retrato detalhado sobre o nível de ocupação, o rendimento médio e a escolaridade da população ocupada no Brasil. As informações foram obtidas por meio do questionário da Amostra do Censo 2022, aplicado em cerca de 10% dos domicílios brasileiros, abrangendo 7,8 milhões de entrevistas em todo o país.
Na Região Celeiro, os dados apontam fortes disparidades econômicas entre os municípios. Enquanto alguns apresentam rendimentos per capita comparáveis aos de áreas mais desenvolvidas do Rio Grande do Sul, outros figuram entre os menores índices estaduais. A média regional é de R$ 1.634,32, mas a diferença entre o município mais rico e o mais pobre ultrapassa 170%.
No topo do ranking, Tiradentes do Sul registra a maior renda per capita, R$ 2.310,17, seguido por Vista Gaúcha (R$ 2.018,17) e Sede Nova (R$ 1.991,34). Já Redentora apresenta o menor valor, R$ 851,69, menos da metade da média regional. Entre os municípios com melhor desempenho também se destacam Três Passos (R$ 1.970,49) e Santo Augusto (R$ 1.895,92), que concentram boa parte dos empregos formais e da atividade econômica regional.
Emprego e estrutura produtiva
Os dados do IBGE mostram que o setor privado é o principal empregador da Região Celeiro, com 26.857 trabalhadores. Em seguida aparecem os trabalhadores por conta própria, que somam 17.837 pessoas, refletindo a relevância da agricultura familiar e do empreendedorismo individual. O setor público, com 8.523 servidores, mantém papel estratégico na sustentação econômica de pequenos municípios, onde a administração pública é um dos motores de geração de renda.
Em Três Passos, polo econômico regional, estão 6.661 trabalhadores do setor privado e 2.850 autônomos, números que reforçam a diversificação produtiva e o dinamismo do mercado local. Já em Tenente Portela, segundo maior centro urbano, são 3.271 empregados privados e 2.080 trabalhadores autônomos, evidenciando a força do comércio e dos serviços na estrutura econômica do município.
Contexto estadual e nacional
O cenário regional segue a tendência observada no Rio Grande do Sul, que figura entre os estados com maior rendimento domiciliar per capita do país. Em 2023, o valor médio foi de R$ 2.303, superando a média nacional de R$ 1.893, segundo o IBGE. No entanto, estiagens prolongadas e oscilações no agronegócio têm ampliado desigualdades internas, especialmente entre regiões metropolitanas e áreas rurais, como o Noroeste gaúcho.
Em nível nacional, o IBGE registrou crescimento real na renda média e leve redução da desigualdade em 2024. O rendimento domiciliar per capita do Brasil chegou a cerca de R$ 2.069, mas as disparidades regionais persistem: o rendimento médio no Sul é quase o dobro do verificado nas regiões Norte e Nordeste.

