Região Celeiro reduz área destinada ao cultivo do trigo em 2025

A Região Celeiro registra, em 2025, uma redução significativa na área cultivada com trigo. Conforme dados do levantamento regional, a área prevista para plantio totaliza 106.500 hectares, frente aos 109.300 hectares cultivados no ano passado, o que representa uma redução aproximada de 2,5%.
Apesar da retração geral, o comportamento não foi uniforme entre os municípios. Algumas localidades ampliaram ou mantiveram suas áreas de cultivo, enquanto outras apresentaram quedas expressivas. Em Coronel Bicaco, por exemplo, a área semeada caiu de 15 mil hectares em 2024 para 11 mil hectares neste ano. Redentora seguiu tendência semelhante, reduzindo a área de 8 mil para 6 mil hectares. Em Três Passos, a previsão é de uma diminuição de 4 mil para 3,5 mil hectares, e em Inhacorá, de 4,5 mil para 4 mil hectares. Derrubadas, por sua vez, reduziu a área de 5,5 mil para 4,5 mil hectares.
Por outro lado, alguns municípios mantiveram ou até ampliaram suas áreas. Sede Nova aumentou o cultivo de 3,5 mil para 4 mil hectares, e Miraguaí subiu de 2 mil para 2,2 mil hectares. Campo Novo, Tenente Portela, Chiapetta, São Martinho, Humaitá e Braga mantêm as mesmas áreas do ano anterior, evidenciando certa estabilidade local.
Santo Augusto permanece liderando a produção regional, com previsão de cultivar 14 mil hectares — uma leve redução em relação aos 13 mil hectares de 2024, mantendo-se como o maior produtor da Região Celeiro. Na sequência, aparecem Coronel Bicaco e Chiapetta, ambos com áreas expressivas dedicadas à cultura.
Entre os principais fatores que explicam a redução geral estão as incertezas climáticas, o aumento dos custos de produção e a instabilidade no mercado do trigo. “O alto custo de produção e a baixa estimativa de rentabilidade das lavouras acabaram desestimulando alguns produtores. Outros, por sua vez, não tiveram acesso ao crédito, em função do racionamento do Proagro”, explica o extensionista da Emater de Campo Novo, Fabrício Veit. Segundo ele, no município, alguns agricultores optaram pelo cultivo da canola como alternativa.
Apesar do cenário de retração, o trigo segue sendo uma cultura estratégica na matriz produtiva regional, tanto para a cobertura do solo no inverno quanto como opção de diversificação econômica. Municípios como Campo Novo e Tenente Portela demonstram essa importância ao manterem áreas estáveis.
Semeadura avança com o tempo firme

As chuvas frequentes nas últimas semanas atrasaram o início da semeadura em grande parte da região. Com o retorno do tempo firme entre os dias 23 e 27 de junho, os produtores intensificaram o plantio e já alcançaram cerca de 50% da área prevista. Nas lavouras implantadas, a emergência das plantas ocorre de forma uniforme, com um bom estande inicial e sem danos significativos registrados até o momento.
A necessidade de replantio tem sido pontual e restrita a áreas com maior declividade, onde ocorreram erosão laminar e formação de sulcos por enxurradas, especialmente em locais com dessecação pré-semeadura. Já nas lavouras em que foi adotada a semeadura de culturas outonais logo após a colheita da soja, os danos erosivos foram minimizados.
As condições climáticas recentes, marcadas por tempo seco e temperaturas mais baixas, favorecem a continuidade da semeadura dentro do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Os produtores também devem retomar os tratos culturais, como o controle de plantas daninhas, a adubação nitrogenada em cobertura e as aplicações preventivas de fungicidas.
Na Região Celeiro, as lavouras implantadas mais cedo já se encontram na fase de perfilhamento e receberam os manejos recomendados, conforme aponta o último informativo conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar.
A estimativa inicial do órgão aponta uma produtividade média estadual de 2.997 kg por hectare, o que indica a possibilidade de uma safra positiva, apesar da redução da área cultivada.

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