Produtores rurais protestam na ERS-155 por medidas mais eficazes diante da crise no campo
Durante esta sexta-feira, 06 de junho, produtores rurais voltaram a ocupar rodovias do Rio Grande do Sul em uma nova mobilização que cobra ações concretas do governo federal frente à crise no setor agrícola, agravada pelas adversidades climáticas.
Em Santo Augusto, o protesto ocorre nas imediações do Posto São Pedro, na altura do km 65 da ERS-155. Os manifestantes destacam que a iniciativa busca chamar a atenção das autoridades para a urgência de soluções mais robustas e eficazes para o setor.
Uma das principais reivindicações do grupo é a aprovação do projeto de securitização das dívidas rurais, atualmente em tramitação no Senado. A proposta é vista como uma alternativa viável para aliviar os impactos financeiros enfrentados por milhares de agricultores gaúchos.
Representando o movimento, o produtor Luís Kessler criticou a falta de resposta do governo. “A situação está muito difícil. Muitos produtores estão se afundando em dívidas, fazendo novos empréstimos na tentativa de manter a produção. A maioria quer pagar, mas não consegue. Se a gente não se movimenta, somos esquecidos”, afirmou. Ele também destacou a queda no preço do leite como mais um obstáculo enfrentado no campo. “Estamos perdendo espaço para o leite que vem de fora. A produção nacional não é valorizada, e o inverno, que deveria ser uma época de recuperação, vai trazer ainda mais queda nos preços.”
Outro ponto levantado pelos produtores diz respeito ao Proagro, o seguro rural. Segundo eles, mesmo com o alto custo da adesão, a cobertura oferecida é insuficiente. “Pagamos caro e, quando há perdas, a indenização cobre no máximo 70% ou 80%. Isso não resolve o problema”, completou Kessler.
O produtor de Chiapetta, Jorge Rochinheski, acrescentou as condições inviáveis impostas pelas empresas de seguro agrícola. “Exigem um valor de entrada, que precisamos pagar por hectare para ter direito ao financiamento. Se não acionamos o seguro, não recuperamos o dinheiro investido”, colocou.
