Paulo escreveu… | Por Paulo Gigante

Café pra louco!

Logo após a crucificação e o retorno de Cristo ao mundo espiritual, Pedro e os demais apóstolos fundam em Jerusalém a Casa do Caminho. Um reduto de estudo, comunhão, abrigo e assistência aos carentes e necessitados. Realizava-se ali a caridade de amor a todos aqueles que já eram seguidores, embora às escondidas, da doutrina pregada por Jesus. Na época, quem fosse pego testemunhando em nome do Galileu era detido e preso até que negasse sua fé.
Contudo, o serviço de fé cristã do apostolado de Jesus, que era realizado na época apenas em Jerusalém e nas cidades vizinhas, seria certamente extinto com o tempo, não fosse pelo trabalho de um novo apóstolo que mais tarde viria a juntar-se ao grupo, adquirindo muita importância. Saulo de Tarso, o implacável doutor da lei Fariseu, reconhecido após sua conversão por Paulo de Tarso, foi o grande responsável por levar ao mundo o que hoje temos por evangelho de Cristo.
Sua missão era levar o esclarecimento da palavra de Jesus àqueles que somente por boatos ouviam falar do messias, cristianizando dessa forma a todos aqueles, que eram tocados pela luz divinal do redentor, fossem eles Judeus ou não. Dessa forma, Paulo catequisou por toda Europa e Ásia menor, fundando igrejas, evangelizando e curando almas. Fez o trabalho de conversão por todos os lugares onde sentia o chamado em seu coração.
Filipos, na Grécia, foi a primeira cidade Européia fora do núcleo judeu a receber a evangelização cristã. Com muita coragem, acompanhado de Silas, pregou o evangelho cristão à comunidade que, diga-se de passagem, o recebeu com muita agressividade e violência. Após realizar a desobsessão espiritual de uma mulher, acaba sendo preso e lá permanece por cerca de três meses. No entanto, Paulo deixa Filipos com a sensação do dever cumprido e com a primeira igreja europeia estabelecida.
Entretanto, apesar de todo seu engajamento, houve locais que sua presença não pode alcançar. Foi então que Paulo iniciou a escrever e se comunicar por cartas, suas belas e importantes epístolas. Se Paulo estivesse muito longe de uma de suas já estabelecidas igrejas, sentava-se junto ao companheiro de jornada e transmitia suas inspiradas mensagens através de cartas. Não lhe faltaram inspiração e apoio espiritual durante toda sua jornada, hoje vista como uma linda obra literária de amor e caridade deixada ao mundo.
É fascinante relembramos dessas passagens históricas e percebermos o quanto o trabalho desses espíritos missionários foi importante para a saúde mental da humanidade. Que somente por eles ainda hoje temos esses manuais de vida. Que se não fossem os textos escritos, livros e cartas de toda espécie, provavelmente ainda viveríamos nas trevas da mente. Há mais de dois mil anos viemos a trancos e barrancos lembrando que o amor é a base de toda obra.
Voltando ao presente, cabe-nos por obvio citar a extraordinária obra de Chico Xavier, que nos deixou mais de 500 livros escritos, psicografados pelos mais diversos autores que do alto nos trouxeram pérolas de amor e elucidação espiritual. Livros como “Paulo e Estevão”, que narra em detalhes as passagens da vida de Paulo de Tarso, ou “A caminho da Luz”, que trata das origens de nosso planeta e de nossa civilização. E por que não falar do livro “Nosso Lar”, que pelas mãos do espírito André Luiz nos apresenta a realidade da vida dos espíritos pós-túmulo.
O tempo é dividido pela vinda do Cristo, a história é dividida pela escrita e nós somos frutos daquilo que lemos. Não há ciência sem escrita. Não há fé sem confiança. Não há vida sem o amor. Sejamos sábios, sejamos cultos, mas sejamos principalmente as sementes do amor que nossos irmãos um dia plantaram na terra. Brotaremos e fruticaremos o que Cristo nos deixou de legado a fim de que a colheita seja feita pela humanidade que nos sucederá.

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