Geadas ameaçam produção de hortaliças na região

Fenômeno típico do inverno afeta lavouras em estágio final e plantios recém-estabelecidos

Com os termômetros marcando temperaturas negativas, a formação de geadas vem embelezando a paisagem rural da região, mas também traz sérias preocupações aos produtores. De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as mínimas chegaram a -1,2°C em Santo Augusto, embora agricultores e técnicos acreditam que, em áreas mais baixas, os termômetros tenham registrado temperaturas ainda mais baixas.
Segundo o extensionista e técnico agrícola da Emater de Santo Augusto, Dhonathã Rigo, esta época do ano exige atenção redobrada, principalmente com as lavouras de folhosas, como alface, rúcula e espinafre, que são especialmente sensíveis ao frio intenso. “A geada é prejudicial principalmente às espécies mais típicas do período outonal ou de verão. Ainda havia no campo lavouras em final de ciclo, como tomate, cultivares de repolho, couve-flor e brócolis, que acabaram sendo atingidas. Essas culturas mais abertas foram praticamente mortas pelo frio”, relata Jonatan.
Ele destaca ainda que, mesmo entre as hortaliças de inverno, houve perdas significativas. “Tivemos registros de danos em canteiros recém-plantados de cenoura, beterraba e salsa. Apesar de serem culturas adaptadas ao inverno, quando estão em fase inicial, as plantas são mais sensíveis e vulneráveis à geada”, acrescenta.
O produtor da localidade de Pedro Paiva, de Santo Augusto, Dilmar Mattioni, explica que a propriedade terá um atraso na produtividade de beterraba, rabanete, repolho, tomate, alface e outros. “A geada também matou a rama de mandioca, os baraços das batatas-doces, e o capim-elefante, que alimenta os animais, que agora estão sendo alimentados apenas com ração, até que a gramínea volte”, colocou. “Fazia uns 5 anos que não tínhamos um inverno tão rigoroso, então não estávamos preparados, resultando em perdas e no atraso da produção”, lamenta.
Para mitigar os danos, o técnico orienta que os agricultores façam uso de proteção, mesmo que improvisada. “Quem trabalha com hortaliças deve ter pelo menos uma cobertura plástica para emergências. Claro que o ideal seria uma estrutura de estufa, o que demanda planejamento e investimento, mas o uso de plástico em noites mais frias já ajuda a reduzir os impactos”, recomenda.
Com o avanço do inverno, a expectativa é de que novas ondas de frio ocorram, o que mantém os produtores em alerta. Técnicos da Emater continuam monitorando a situação e orientando os agricultores sobre boas práticas para enfrentar esse período climático desafiador.

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