Falta de chuva deve afetar produtividade das culturas de verão

O cenário de escassez hídrica deve persistir durante o mês de janeiro

Folhas esbranquiçadas, ou enroladas – sinais claros da falta de chuva dos últimos dias na região, o que tem deixado produtores temerários diante da eminência de novas perdas na agricultura. O último informativo conjuntural da Emater afirma que a “diminuição da disponibilidade hídrica no solo, causada pela ausência ou insuficiência de precipitações, tem limitado o desenvolvimento de algumas lavouras”. Dados da Estação Meteorológica do IFFAR- Campus Santo Augusto, colocam a última chuva como tendo sido registrada no dia 19 de dezembro, quando foram contabilizados pouco mais de 30 milímetros (o número pode variar conforme a localidade), comprovando o alerta em virtude da escassez hídrica.
O meteorologista, Anderson Haas Poersch, explica que o cenário não é otimista, e a falta de chuva deve persistir pelos próximos dias. “Chuvas irregulares devem acontecer entre os dias 11 e 12 de janeiro, porém, devem ser pontuais. Em alguns locais, podem ocorrer precipitações de até 20 milímetros de chuva, enquanto que na lavoura pode ocorrer de ficar sem acumulado”. Ainda segundo ele, o clima quente e seco deve persistir, sendo agravado pela intensificação de uma onde de calor, que hoje atua na Argentina. “Essa onda de calor deve chegar à região nas próximas semanas, agravando ainda mais este cenário de escassez hídrica”, projetou.
Segundo dados da Estação Meteorológica de Santo Augusto, em janeiro de 2024 foram registrados 216,2 milímetros de chuva. Para este ano, os acumulados para este primeiro mês do ano devem chegar a no máximo 90 milímetros. “Nos últimos 10 dias temos um cenário melhor, com acumulados mais regulares, ou seja, pancadas de final de tarde, infelizmente gerando acumulados distintos entre um ponto e outro”, divulgou Anderson. “O mês de janeiro deve ser de baixíssimos acumulados, bem abaixo do normal para essa época do ano, com temperaturas um pouco acima da média, tendo uma variação de 1°C a 3°C”, projetou o profissional.

Falta de chuva traz efeitos negativos à produção
A safra de verão do Rio Grande do Sul, que vive dias de expectativa de retomada da produtividade, após uma sequência de perdas, volta a ficar apreensiva com o clima. Ao passo em que pontos do Estado apresentam níveis satisfatórios de irrigações, outros sentem os efeitos da falta de chuva, que pode trazer efeitos negativos à produção de milho e soja.
O meteorologista, Anderson Haas Poersch, explica que a produção de milho que está em fase final, no contexto do tempo quente e seco, deverá apresentar uma aceleração do ciclo, ou seja, uma situação de secamento. “Para as lavouras que estão em fase de enchimento de grãos, teremos baixo peso em razão da falta de chuva em alguns pontos da região”. Já a soja, a qual muitas lavouras estão em fase de florescimento e enchimentos de grãos, “o que pode causar o abortamento de flores, diminuição de nós, consequentemente da área folhar, afetando negativamente os índices de produtividade da comodity”, projetou o profissional.
Apesar do cenário preocupante, há boas notícias, estas para a primeira semana de fevereiro. “Mesmo com o fenômeno La Niña se configurando, ou pelo menos um resfriamento no começo de fevereiro, vamos ter uma convergência maior de umidade para a região, oferecendo acumulados mais significativos e de certa forma mais organizados. Um cenário de melhora, apesar de um janeiro complicado. As temperaturas também não devem ser tão elevadas”, projeta Anderson. Segundo ele, durante os 10 primeiros dias do mês, haverá chuvas mais concentradas com os principais modelos “colocando acumulados de variam de 120 a 150 milímetros de chuva, bem próximos do normal para esta época de ano na região”, garante o profissional. “Com isso, as culturas de verão deveras ser beneficiadas. A dúvida é como as plantas irão passar este mês de janeiro”, ponderou.

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