Crescimento tímido na população da Região Celeiro

Estimativa do IBGE aponta estabilidade regional em 2025, com pequenos avanços em cidades como Sede Nova e quedas mais intensas em São Valério do Sul

A nova estimativa populacional do IBGE para 2025 mostra um quadro de estabilidade com leves avanços em alguns municípios e recuos mais significativos em outros na Região Celeiro. O saldo geral foi de perda de 44 habitantes em um ano, passando de 138.731 em 2024 para 138.687 em 2025 — uma variação de -0,03%.
O destaque positivo ficou com Sede Nova, que registrou o maior crescimento proporcional: alta de 6%, ao saltar de 2.594 para 2.750 habitantes. Também apresentaram crescimento, embora discreto, municípios como Três Passos, que ganhou 20 moradores e segue como maior cidade da região com 26.304 habitantes; Tenente Portela, que aumentou em 9 moradores; além de Vista Gaúcha e Barra do Guarita, ambos com acréscimo de apenas 1 habitante. Santo Augusto, por sua vez, manteve estabilidade absoluta, permanecendo com 14.196 moradores.
Na outra ponta, o recuo mais expressivo ocorreu em São Valério do Sul, que perdeu 160 habitantes em um ano, o que representa uma queda de 5,8% em sua população. Em seguida aparecem Coronel Bicaco (-0,25%) e Tiradentes do Sul (-0,25%), que juntos somaram 29 moradores a menos. Pequenas reduções também foram registradas em cidades como Crissiumal (-11), Miraguaí (-5), Campo Novo (-5) e Braga (-4).
O comportamento demográfico evidencia que, embora o conjunto regional esteja praticamente estável, a dinâmica populacional é desigual entre os municípios. Enquanto localidades menores, como Sede Nova, conseguem registrar avanços consistentes, outras enfrentam perdas que preocupam pela intensidade em curto espaço de tempo, como São Valério do Sul.
A chefe do escritório do IBGE de Ijuí, Elis Regina Manhabosco Allegranzzi, explica que estes não devem ser comparados ao Censo 2022. “Para nós, os balizadores oficiais são os resultados do censo. Os números divulgados como estimativa, onde teremos 2023, 2024 e 2025, tem como finalidade municiar o Tribunal de Contas da União, a ser utilizado no cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos”, explica. Ainda segundo ela, as estimativas levam em conta uma série de parâmetros, como taxa migratória, taxas de nascimento, entre outros.

“Santo Augusto, por exemplo, apresenta um crescimento relativamente estável, na contramão de pelo menos 40% dos municípios brasileiros que estão em decréscimo, o que futuramente deve se tornar uma realidade para a grande maioria dos municípios”, complementou.

Estabilidade no RS

O comportamento demográfico do Rio Grande do Sul ajuda a explicar os números discretos da Região Celeiro. O Estado apresentou em 2025 o terceiro menor crescimento populacional do país, com apenas 0,03%, à frente somente de Rio de Janeiro e Alagoas (ambos com 0,02%).
Especialistas avaliam que o RS está próximo do pico populacional. A partir dos próximos anos, o Estado deve registrar o chamado ponto de inflexão, quando a população deixa de crescer e começa a diminuir. A projeção é que o contingente gaúcho recue gradualmente até 9,1 milhões de habitantes em 2070.
Apesar do baixo ritmo de expansão, o RS ainda ocupa posição de destaque no cenário nacional: é o sexto Estado mais populoso do Brasil, atrás apenas de Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

 

 

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