CPMI do INSS apura suposta ligação de Lulinha com investigado por fraudes

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS investiga indícios levantados pela Polícia Federal que apontam para uma possível relação próxima — incluindo eventual sociedade empresarial — entre Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, preso desde 12 de setembro de 2025, suspeito de integrar um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos de aposentados e pensionistas.

As informações vieram a público por meio de reportagem do portal Poder360 e foram confirmadas por outros veículos da imprensa nacional. De acordo com o que foi levado à CPMI, uma testemunha afirmou à Polícia Federal que Lulinha teria recebido repasses financeiros de Careca do INSS, incluindo cerca de 25 milhões em valores não especificados, além de uma suposta “mesada” mensal de aproximadamente R$ 300 mil. O relato também menciona viagens realizadas pelos dois a Portugal.

A testemunha é Edson Claro, ex-funcionário de Careca do INSS, que afirma estar sofrendo ameaças do antigo chefe. Ele é investigado no inquérito e prestou depoimento à Polícia Federal no dia 29 de outubro de 2025. Apesar disso, Edson Claro não foi convocado para depor à CPMI, após articulação de parlamentares da base governista.

Mesmo diante dos relatos, a CPMI rejeitou, nesta quinta-feira (4), o requerimento que pedia a convocação de Lulinha para prestar esclarecimentos. A proposta foi derrotada por 19 votos contrários e 12 favoráveis. O pedido havia sido apresentado por parlamentares do partido Novo, que defendiam a oitiva como fundamental para aprofundar a apuração sobre possíveis conexões financeiras entre operadores do esquema e pessoas próximas ao presidente da República.

Além disso, os deputados citaram o caso de Ricardo Bimbo, dirigente do PT, que teria recebido mais de R$ 8,4 milhões de uma empresa investigada no esquema. No mesmo período, ele teria efetuado pagamentos ao contador de Lulinha, profissional que também é investigado na Operação Fim da Linha por suspeita de lavagem de dinheiro.

Para os autores do requerimento, a CPMI deve investigar todas as conexões políticas e financeiras sem exceções. Eles sustentam que a oitiva de Lulinha seria essencial para esclarecer eventual uso de estrutura contábil ou possíveis vínculos indiretos com o esquema de fraudes.

A CPMI do INSS foi instalada para apurar irregularidades relacionadas a descontos associativos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas. As investigações foram divulgadas em abril deste ano após apurações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). O colegiado tem prazo inicial de funcionamento até março de 2026, podendo ser prorrogado.

Nesta quinta-feira, a comissão ouve o presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), Américo Monte Júnior, dentro do cronograma de oitivas previstas.

Com informações dos Portais Jovem Pan News e CNN

Foto: Reprodução.

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