Como a estiagem afeta produtores de leite

A falta de chuvas afeta diversas atividades rurais, com toda certeza os agricultores nesta safra sentiram fortes impactos da estiagem na sua produção, nossa região diversos produtores perderam totalmente a soja ou milho plantados; não entraremos na questão das outras atividades que muitas vezes cobrem danos umas das outras, este ano está iniciando muito sofrido.

As consequências deste período que a muitos anos não acontecia impacta em diversas atividades, nossa região é uma bacia leiteira muito forte, vemos estes produtores sentindo os reflexos. Inicialmente podemos notar as altas temperaturas e baixa umidade prejudicando os animais, estes sofrem pois na grande maioria não são raças adaptadas ao calor intenso, inclusive possuem maior gasto calórico para poder amenizar a temperatura corporal, ou seja, parte do que consomem é gasto para se manter ao invés de produzir.

 

O fator mais importante é a alimentação, a estiagem deixou os produtores sem pasto para tratar os bovinos, por tanto, parte da sua dieta já fica prejudicada, precisando ser compensada com produtos externo da propriedade, aumentando o custo de produção do leite; outro aumento muito significativo é o valor da saca de soja, que está aumentando a cada dia, efeito da oferta e demanda que já está prejudicada pela safra ruim, encarecendo o valor dos concentrados usados na dieta das vacas; não somente a soja, principal fonte de proteína dos concentrados tem aumentado, outros ingredientes básicos das conhecidas rações tem aumentado nos últimos meses.

 

Raramente encontramos produtores de leite que não usam silagem na nutrição dos seus animais, alimento excelente para esta finalidade e com bom custo/benefício se tornou uma questão entre produtores, pois com a seca deste período o milho, comumente utilizado nas silagens teve sua produção prejudicada, afetando toda a organização dos produtores com seu planejamento da alimentação.

Estes tópicos são somente a ponta do “iceberg” como se diz, os produtores estão precisando se reinventar, utilizar mais do que nunca o papel e o lápis para fazer suas contas e conseguir se manter na atividade nestes tempos difíceis. Deixamos nossa admiração a quem enfrenta esse período como muitos outros difíceis e esperamos que o cenário possa melhorar adiante.

Por: Amanda Brentano Almeida / Mestre em Zootecnia

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