Agosto chega com um brilho especial, tingido de dourado, não apenas pelo sol que aquece os dias de inverno, mas pela celebração da vida em sua forma mais pura e essencial: a amamentação. Em cada gota de leite materno, se revela um elo invisível, mas poderoso, entre mãe e filho, um vínculo que transcende o tempo e o espaço. Amamentar é um gesto de amor que nutre o corpo, a alma e a relação entre duas vidas que se encontram em um momento de pura intimidade.
Além de proporcionar uma nutrição ideal, o leite materno protege o bebê contra infecções respiratórias, alergias e diarreias, e ainda reduz o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. Para as mães, amamentar é um ato que vai além do cuidado, pois reduz o risco de hemorragia pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovários e colo do útero. A amamentação também é uma forma mais eficaz para reduzir a morbimortalidade infantil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até os 5 anos.
No entanto, apesar de ser um ato de amor e cuidado, muitas mulheres enfrentam dificuldades nos primeiros dias de vida de seus filhos. A pega no peito pode ser dolorosa e triste até que se ajuste ao ritmo ideal. A frustração de não conseguir alimentar o filho pode se transformar em culpa, principalmente para as mães de primeira viagem. Foi o caso de Mariele Saldanha, que teve seu primeiro filho, Théo, em novembro de 2021. Ela explicou que manteve a amamentação exclusiva até os seis meses e depois continuou até que seu bebê completasse dois anos. Para Mariele, foi um desafio, pois sofreu fissuras e hiperlactação – produção excessiva de leite materno, ultrapassando a quantidade que o bebê consegue mamar. “Foram várias noites de choro e dor, mas sabia que era importante para o desenvolvimento dele. Então procurei aprender a fazer a pega melhor e consegui”, destacou.
No Brasil, as taxas de amamentação têm aumentado a cada dia, mas ainda está abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde. Em crianças menores de seis meses, a prevalência de aleitamento materno exclusivo foi de 45,8% de acordo com o Estudo Nacional de Nutrição Infantil (ENANI) de 2021. A Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu a meta de que, até 2025, 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. A expectativa é que esse número aumente para 70% até 2030.
Para o Agosto Dourado de 2024 o Ministério da Saúde lançou a Campanha da Semana Mundial da Amamentação, com o tema “Amamentação, apoie em todas as situações”. A iniciativa de conscientização está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, voltados à garantia da sobrevivência e ao bem-estar das crianças. Com o foco está a redução das desigualdades relacionadas ao apoio à amamentação.
Para Mariele, essas campanhas são fundamentais para que as gestantes se informem sobre os desafios e benefícios da amamentação. “Procurar informações na internet e com a obstetra é muito necessário. Isso me ajudou muito a entender a pega correta e a usar a bomba de extração de leite, que foram as coisas que mais me ajudaram no começo”, conta.
Os desafios enfrentados por Mariele são compartilhados por muitas outras mulheres que optam pelo aleitamento materno. Apesar das dificuldades, ela descreve essa experiência como uma das mais difíceis, mas também uma das mais bonitas, na relação entre mãe e filho. “Além de ser o lar, você também é alimento e cria um vínculo de amor inexplicável com o bebê “, finalizou.
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