Umidade e geadas tardias preocupam resultado da safra de trigo
A influência do clima na rentabilidade da agricultura tem ganhado destaque nos últimos tempos, não somente em virtude das últimas secas, mas também, agora, mais recentemente, pelo excesso de chuva e ação de temporais pela região.
Neste momento, a região cultiva, em sua grande maioria, trigo, cultura que se encontra em estágio de desenvolvimento germinativo. Conforme o informativo conjuntural da Emater, as chuvas torrenciais ocorridas entre os dias 12 e 13 de julho, causou danos em áreas mais baixas, acarretando em perdas significativas de fertilizantes e de sementes, além do assoreamento de sangas, açudes e áreas de menor altitude. “Algumas lavouras que foram semeadas mais precocemente e estão em fase de alongamento sofreram acamamento devido aos ventos, porém devem se recuperar.”, afirma o documento.
Ainda conforme o informativo, nos municípios mais próximos da divisa com Santa Catarina e Argentina, as lavouras que foram semeadas mais cedo apresentam bom desenvolvimento vegetativo. Nessas regiões, aplicação de redutores, de crescimento e fungicidas estão sendo aplicadas de forma acelerada.
Entretanto, apesar do bom desenvolvimento até aqui, o excesso de umidade previstos para os próximos meses e também a possibilidade de geadas tardias, tem deixado agricultores preocupados. Segundo o meteorologista da Metsul, Stael Sias, estes próximos meses de inverno tendem a ser mais úmidos. “Essa umidade para a produção de trigo preocupa um pouco. Não se descarta alguma geada tardia, algum evento isolado”, colocou a profissional.
Contudo, apesar de estimativas recordes para safra de trigo, a grande expectativa é quanto a rentabilidade da soja deste ano. A grande questão é os efeitos do clima diante do ciclo deste ano, tendo em vista que os últimos não foram muito favoráveis a produção agrícola. De acordo com Stael Sias, o excesso de chuva durante o início do mês de novembro, deve atrasar o plantio da safra de verão. “Não acredito que a safra de verão ao longo do seu desenvolvimento, depois de ter a semente da terra, tenha tantos problemas, terá mais água, mais umidade, em relação aos últimos três anos especialmente. Agora a arrancada é que pode ter algum prejuízo, alguma dificuldade de ficar confortável dentro do zoneamento agrícola em razão dessa chuva excessiva, que viabiliza a entrada na lavoura”, analisou.