Depois de nove processos de fertilização, Bianca Wiegert tornou-se mãe de Helena e Julia, uma via FIV e outra naturalmente. Ela conta sobre os desafios superados durante o processo e da alegria ao ouvir o som do coração das pequenas quando bebês.
Uma força inigualável, uma conexão capaz de transcender todas as emoções, um amor poderoso que nutre, que apoia, guia, incentiva, zela e ensina, com o intuito de perpetuar indivíduos amorosos, compassivos e resilientes – amor de mãe, insuperável, único. Viver o processo da maternidade, dar àluz, ser colo para alguém, desejos que andam lado a lado com a obstinação e que guiaram o instinto materno da dentista Bianca Wiegert, mãe das pequenas Helena e Julia.
A relação entre Bianca e maternidade existia desde criança, porém, em função do dia a dia corrido, acabou adormecido por um tempo. Porém, o nascimento da sobrinha, Maria Alice, mudou essa perspectiva. “Quando a Maria Alice nasceu, reacenderam em mim, com muita força, a vontade de ser mãe”, explica. Contudo, a natureza parecia ter outros planos para a dentista e testou, de uma forma até cruel, o seu desejo de ser mãe. Ela precisou passar por nove processos de fertilizações até engravidar da primogênita, Helena (e uma perda gestacional durante as tentativas). “Eu ia de três a quatro vezes por semana a Porto Alegre, para realizar os exames durante cada ciclo. Eu ia e voltava porque não podia deixar de trabalhar”, comenta.
O processo de Fertilização In Vitro é um processo invasivo, que acaba por impactar a situação financeira e emocional de todo casal. “É um processo que impacta muito o emocional e financeiramente, não é nada fácil. Você e seu parceiro precisam estar muito fortalecidos porque sensibiliza muito o casal. Eu e o Douglas nos apoiávamos muito nos momentos de tristeza, de resultados negativos e isso foi fundamental para perseverarmos na nossa busca”, recorda. Ela ainda conta que utilizava o trabalho como válvula de escape para suportar a situação. “Exercer o meu trabalho me ocupava e ajudava a seguir em frente”, analisa.
Entretanto, o som singular de batidas trouxe uma nova sintonia à vida do casal e compensou os quilômetros percorridos, as horas de sono perdido e as lágrimas, dessa vez, eram de alegria. “Ouvir o coração da Helena pela primeira vez, foi, com certeza, uma das maiores emoções que tive na vida. Sou eternamente grata por ter vivido essa emoção”, recorta.
E mais uma vez, para provar que os planos de Deus são melhores que os nossos, Bianca engravidou naturalmente na sua segunda gestação. “A Julia veio como um grande presente, uma surpresa linda que jamais imaginaríamos. Ela veio para coroar toda a luta que passamos”, comemora. Porém, ironicamente, depois do nascimento da caçula, a dentista precisou fazer ligadura.
OS DESAFIOS DA MATERNIDADE
Agora, mãe de duas meninas, Bianca vive diariamente os desafios impostos pela maternidade, atividade que, por muitas vezes, vem carregado de culpa e cobrança. “A maternidade é sempre um grande desafio. A vontade e o empenho em fazer tudo certo, encaminhá-las para serem pessoas boas, que respeitem o próximo e as diferenças, tenham um bom coração e se importem com o mundo, é uma luta diária. As mães, de forma geral, se cobram muito, e a sociedade cobra muito das mães. Estou aos poucos aprendendo que ainda que tentemos diariamente, não acertaremos o tempo todo e acredito que isso torna a maternidade ainda mais linda e leve”, analisa. “A minha jornada de trabalho é extensa, o que já me fez sofrer muito pela culpa de não estar o tempo todo por elas. Por isso o desafio é oferecer para elas um tempo de qualidade e estar 100% disponível quando estamos juntas”, conclui.
Apesar disso, para Bianca, o importante é saber que o papel é desempenhado da melhor maneira possível, mesmo que isso pareça clichê. “A maternidade definitivamente não pode ser romantizada, porque não é fácil. Cada mãe tem a sua realidade e sempre somos muito cobradas para sermos perfeitas, o que é humanamente impossível. O importante é sabermos que vamos acertar, errar, e que estamos fazendo o nosso melhor papel da melhor maneira que podemos. Sei que esse discurso é mais fácil de ser dito do que ser executado, mas nós precisamos aos poucos nos cobrarmos menos e termos mais leveza”, analisa.
Por fim, o brilho nos olhos de Bianca ao falar das filhas é algo imensurável e indescritível, algo que somente uma mãe pode ter. “Sou imensamente grata por ter o privilégio de ser mãe das minhas meninas e hoje não imagino a minha vida sem elas. A Helena e a Julia são crianças incríveis, com qualidades que me orgulham muito. Quero que elas sejam muito felizes, sendo o que quiserem ser. Peço diariamente sabedoria para conduzi-las, entendê-las e acolhê-las com todo o amor que elas merecem. O amor de mãe é incondicional, e o amor que recebemos de volta diariamente é insuperável”, conclui.12