A manhã desta quarta-feira foi marcada por um momento de profunda reflexão e conscientização em Santo Augusto com a entrega oficial do Banco Vermelho na Praça Pompílio Silva. Instalado em espaço público, o símbolo internacional de enfrentamento aos feminicídios passa a integrar de forma permanente o município, reforçando o combate à violência contra a mulher. A ação integra a Semana Municipal da Paz 2025, que neste ano traz o lema “Paz começa em casa: Por elas, por nós.”
Durante a solenidade, representantes da administração municipal, da rede de proteção e da comunidade destacaram a urgência de enfrentar a violência doméstica. Segundo o Juiz da 2ª Vara Judicial de Santo Augusto, Luiz Felipe Pantarolo, mais de 100 casos de violência contra a mulher foram registrados no último ano na comarca — uma média de dois casos por semana. Os números revelam a necessidade de fortalecer a rede de apoio e ampliar políticas públicas de prevenção.
O ato contou ainda com uma homenagem especial a Marlene Teresinha Mattos, servidora da Assistência Social e vítima de feminicídio em 1998. Uma fotografia e um vaso de lírio-da-paz foram colocados ao lado do Banco Vermelho, lembrando que por trás de cada estatística existe uma história interrompida pela violência. A homenagem reforçou o compromisso de manter vivas as memórias das vítimas e de lutar para que novos casos não se repitam.
A entrega do Banco Vermelho mobilizou diversas instituições que integram a campanha municipal de 2025: Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria de Educação (SME), Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes (SECUT), Ministério Público, Delegacia de Polícia, Brigada Militar, Conselho Tutelar, Hospital Bom Pastor, OAB, Defensoria Pública e a Câmara de Vereadores/Procuradoria da Mulher. Todas reforçaram a necessidade da denúncia, do acolhimento e do trabalho integrado pela proteção das mulheres.
Mais do que um memorial, o Banco Vermelho é um instrumento educativo permanente, convidando quem passa pelo local a refletir sobre o impacto social dos feminicídios e sobre a responsabilidade coletiva em combatê-los. O símbolo permanece na Praça Pompílio Silva como um lembrete de que a violência contra a mulher não pode ser silenciada e de que cada gesto de conscientização contribui para uma sociedade mais segura, justa e igualitária.
