EUA reduzem tarifas de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros após negociação entre Trump e Lula
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (20) uma ordem executiva que determina a redução das tarifas extras de 40% aplicadas sobre a importação de diversos produtos agrícolas brasileiros. A medida beneficia 249 itens, incluindo carne bovina, café, açaí, cacau e outros produtos que haviam sido incluídos no tarifaço imposto ao Brasil.
A decisão reverte o decreto que declarou estado de emergência nacional em relação a ações do governo brasileiro, o que justificava a cobrança das sobretaxas. Segundo a Casa Branca, a nova ordem prevê, inclusive, o reembolso dos impostos cobrados desde 13 de novembro, seguindo os procedimentos padrões da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Na semana anterior, o governo americano já havia reduzido de 50% para 40% as tarifas sobre cerca de 200 produtos alimentícios importados, mas a medida era global. A ordem desta quinta-feira, porém, é específica para o Brasil e, segundo Trump, resulta diretamente das negociações iniciadas após conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de outubro.
Trump destacou que houve “progresso inicial” nas discussões entre os dois países e afirmou ter recebido recomendações de sua equipe indicando que parte das importações brasileiras não deveria mais ser submetida à tarifa adicional. A retirada das taxas sobre café e carne bovina, em especial, representa um alívio significativo para exportadores brasileiros. Os Estados Unidos são o maior comprador de café do Brasil, respondendo por cerca de 16% das exportações do setor.
Dados do Cecafé mostram que, durante os meses de vigência da tarifa de 50% — de agosto a outubro —, as importações americanas de café brasileiro caíram 51,5% em comparação ao mesmo período de 2024. Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a decisão, afirmando que a reversão das tarifas reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas entre os países.
Com a medida, o governo brasileiro espera recuperar parte da competitividade perdida nos últimos meses e retomar o fluxo de exportações afetado pela sobretaxa.
Com informações do jornal O Sul
