Nupcialidade – Retrato da vida a dois na região

Análise por faixa etária mostra predominância feminina na juventude, equilíbrio na maturidade e inversão de gênero na terceira idade

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira, 05 de novembro, os dados do Censo Demográfico 2022, referentes à nupcialidade e família. De acordo com essas informações, mais da metade da população brasileira com 10 anos ou mais vive em algum tipo de união conjugal. Ao todo, 51,3% dos brasileiros declararam estar casados ou em união estável, o que corresponde a cerca de 90,3 milhões de pessoas em todo o país.
Pela primeira vez desde o início da série histórica, o levantamento aponta que as uniões consensuais — aquelas sem registro civil ou religioso — superaram os casamentos formais. Segundo o IBGE, 38,9% da população vive em união consensual, enquanto 37,9% está casada no civil e/ou religioso.
O estudo revela que, entre as faixas etárias mais jovens, as mulheres continuam a apresentar uma proporção maior de uniões em comparação aos homens. Já nas idades mais avançadas, a relação se inverte: há mais homens em união do que mulheres, fenômeno atribuído à maior expectativa de vida feminina e à viuvez.
No Rio Grande do Sul, o cenário acompanha a tendência nacional, com índices acima da média brasileira de pessoas vivendo em união conjugal. A região Sul, tradicionalmente marcada por vínculos familiares fortes e casamentos duradouros, apresenta percentuais elevados, reforçando o perfil de estabilidade conjugal e a importância da vida a dois na estrutura social gaúcha.
Já na Região Celeiro, a vida em união – seja formal ou estável – concentra-se majoritariamente entre os 25 e 44 anos, período em que os projetos de família e estabilidade emocional ganham força.
Entre os 20 e 39 anos, o número de mulheres que vivem em união supera o de homens em todas as faixas etárias. Esse cenário indica não apenas a presença feminina mais expressiva na população adulta, mas também a tendência social de que mulheres têm assumido papel ativo na formação de lares e na consolidação das relações. É também nessa fase que se observa o auge das uniões, coincidindo com o período de maior inserção profissional e maturidade emocional.
A partir dos 45 anos, as curvas de homens e mulheres começam a se equilibrar, sugerindo que as uniões já estabelecidas permanecem estáveis. Entre os 50 e 64 anos, a diferença entre os gêneros praticamente desaparece, e o número de casais mantém-se elevado, evidenciando vínculos duradouros construídos ao longo do tempo.
Entretanto, o cenário muda de forma significativa a partir dos 65 anos. O número de homens que vivem em união passa a ser maior que o de mulheres. Essa inversão é explicada, em grande parte, pela maior expectativa de vida feminina e pela viuvez, fatores que reduzem o número de mulheres em relacionamentos nas faixas etárias mais avançadas. Já acima dos 75 anos, a presença de uniões cai acentuadamente, reflexo natural do envelhecimento da população e das perdas que o tempo impõe.

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