“Escolhi mostrar a careca”
Em tratamento contra o câncer de mama, Adriane Hollas compartilha sua trajetória de fé, coragem e conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce.
A empresária de Santo Augusto, Adriane Hollas, está em tratamento para o câncer de mama desde abril deste ano. Ela conta que percebeu os primeiros indícios da doença em setembro do ano passado, porém, levou um tempo para procurar atendimento médico. “Ao tomar banho, senti um nódulo pequeno na mama direita. O nódulo ficava bem em cima de uma cicatriz cirúrgica da colocação de um silicone feita há 5 anos. Pensei que não seria nada preocupante, que seria apenas um ponto”, recorda. “Somente em abril deste ano que comecei a investigar”, acrescenta.
Na época, Adriane procurou atendimento com o dr. Gerson Jacob, da Clínica Moinhos de Vento em Ijuí. “Muito discreto e atencioso, ele foi me pedindo exames. Logo percebi que algo não estava certo. Quando veio o resultado, não consegui escutar nada do que ele falava. Ainda bem que meu esposo estava comigo e me deu todo o apoio”, lembra. Ela recebeu o diagnóstico de um carcinoma lobular grau 1 linho 5 cm, um tipo de tumor hormonal (excesso de progesterona). “Naquele mesmo dia, eu e meu esposo decidimos por fazer a mastectomia e colocar novamente a prótese”, complementa.
Para a surpresa da santo-augustense, a mastectomia não foi suficiente para combater a doença. “Pensava que com a cirurgia, tirando tudo, estaria tudo certo, sem margens. Mas, a cada 1 centímetro de tumor, existem milhões de células cancerígenas. Então, precisei fazer sessões de quimioterapia”, conta.
Devido ao processo de quimioterapia, a queda de cabelo foi inevitável. Contudo, Adriana pensou que não chegaria a passar por essa situação.
“Quando fiz a primeira quimioterapia não tive tanta perda de cabelo, até achei que não iria acontecer. Porém, no 14º dia, durante o banho, ao lavar o cabelo, percebi que ele começou a cair aos poucos. Cada vez que eu penteava ou lavava, caia um pouco mais, foi quando decidi raspar”, coloca. “Como tenho comércio, a mudança ficou visível. Recebi muitos turbantes e até uma peruca para me sentir melhor, mas acabei não conseguindo usar. Escolhi mostrar a careca”, complementa.
Adriane diz que há muita solidariedade de quem passa ou já passou por esse processo, mas o apoio da família é algo imprescindível. “Sou grata a Deus por ter passado por essa provação e ter a oportunidade de estar viva; sou grata ao meu esposo e aos meus filhos por estarem junto comigo em todas as etapas; e a todas as pessoas que estiveram comigo durante esse processo, seja com um abraço, ou uma palavra de carinho. Todas foram muito importantes” salienta. “Espero que a minha história sirva de exemplo para que todas as mulheres, por mais saudáveis que sejam, não deixem de frequentar o ginecologista, que façam seus exames regularmente, mamografia, hormonal, é muito importante. Quanto antes procurarem ajuda, melhor”, finaliza.
