O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) que deixará o Supremo Tribunal Federal (STF), encerrando uma trajetória de 12 anos na mais alta instância do Judiciário brasileiro. A decisão ocorre poucos dias após o fim de seu mandato como presidente da Corte, no dia 29 de setembro, quando o ministro Edson Fachin assumiu o comando do tribunal para o próximo biênio.
Em discurso no plenário, Barroso afirmou que permanecerá apenas o tempo necessário para concluir pedidos de vista e resolver pendências administrativas. “Essa é a última sessão plenária de que participo”, declarou. O anúncio, feito após o julgamento de ações trabalhistas, emocionou colegas e marcou um momento simbólico de despedida.
Na carta lida durante a sessão, Barroso destacou o compromisso com a democracia e o papel do STF em momentos desafiadores. “Foram 12 anos de imensa dedicação à causa da justiça e da democracia. A vida me proporcionou a bênção de servir ao país”, afirmou. Visivelmente comovido, o ministro também mencionou dificuldades pessoais enfrentadas ao longo da carreira, ressaltando que “nada disso me afastou de dar o melhor de mim”.
Ao justificar a decisão, Barroso disse sentir que é hora de “seguir outros rumos”, ainda sem planos definidos, e destacou não ter “qualquer apego ao poder”. Antes de encerrar, fez uma reflexão sobre o impacto da vida pública nas relações pessoais: “Os sacrifícios e ônus da nossa profissão acabam se transferindo aos nossos familiares e pessoas queridas. Reafirmo minha fé nas pessoas”.
A aposentadoria de Barroso abre mais uma vaga no Supremo, o que movimenta os bastidores políticos em Brasília. Entre os nomes cotados para a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Benedito Gonçalves.
Foto:STF