Frio aumenta risco de infarto e AVC: cardiologista alerta sobre cuidados essenciais no inverno
Com a chegada das baixas temperaturas, cresce a preocupação com a saúde cardiovascular, especialmente entre pessoas com fatores de risco ou histórico de doenças do coração. Segundo o cardiologista Dr. Jeferson Minello Pannebecker, a relação entre o frio e o aumento de casos de infarto, AVC e elevação da pressão arterial é real e está associada a mecanismos fisiológicos do corpo humano.
Durante o inverno, o organismo sofre um processo chamado vasoconstrição, que é o estreitamento dos vasos sanguíneos — principalmente das artérias. Esse efeito reduz o calibre dos vasos, dificulta a circulação sanguínea e provoca aumento da pressão arterial. Em pessoas com artérias mais envelhecidas ou com placas de gordura, a vasoconstrição pode causar ainda mais impacto, elevando significativamente o risco de complicações cardiovasculares.
Além disso, as primeiras horas da manhã concentram maior incidência de infartos e AVCs. Isso porque, além do frio, o corpo também libera cortisol — o chamado “hormônio do dia” — nesse período, provocando um aumento natural da pressão arterial.
De acordo com o cardiologista, pessoas com hipertensão, diabetes, colesterol elevado, sobrepeso ou sedentarismo devem redobrar os cuidados durante o inverno, mas é fundamental que esses fatores de risco sejam controlados ao longo de todo o ano. Manter um estilo de vida saudável é a principal forma de prevenção.
Entre os sinais de alerta que exigem atenção estão: dor no peito, falta de ar, perda de força ou sensibilidade em um lado do corpo, perda de visão ou alteração na fala e desvio da boca. Esses sintomas podem indicar problemas cardíacos ou neurológicos e demandam atendimento médico imediato.
Para prevenir complicações, o Dr. Jeferson orienta a população a adotar medidas simples e eficazes: manter a prática de atividade física regular (no mínimo 150 minutos por semana), controlar o peso, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, e manter os checkups médicos em dia. Ele também ressalta a importância de começar o acompanhamento da saúde cardiovascular desde a adolescência, logo após a transição do acompanhamento pediátrico. Isso porque fatores de risco como obesidade, sedentarismo e uso de substâncias como cigarro e vapes têm sido cada vez mais comuns entre jovens.
Por fim, o especialista reforça que todas as pessoas devem procurar um clínico ou cardiologista — inclusive nas unidades de saúde — e solicitar uma avaliação dos seus fatores de risco. Essa é uma medida essencial para evitar que doenças silenciosas evoluam para quadros graves como infartos e AVCs, especialmente durante o inverno, quando os riscos aumentam consideravelmente.