Mesmo com mais de um ano de antecedência para as eleições de 2026, a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul já começou a tomar forma. O cenário político estadual está agitado: seis nomes já se lançaram oficialmente como pré-candidatos, enquanto outros dois seguem em articulações dentro de suas legendas, movimentando bastidores e alianças em potencial.
Estão confirmados como pré-candidatos: Covatti Filho (PP), Edegar Pretto (PT), Gabriel Souza (MDB), Juliana Brizola (PDT), Luciano Zucco (PL) e Paula Mascarenhas (PSDB). Além deles, Ernani Polo (PP) e Marcelo Maranata (PDT) movimentam-se em prol viabilizar uma possível candidatura.
No PP, há uma disputa aberta entre Covatti Filho e o atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo. A tensão aumentou após Covatti oficializar sua pré-candidatura, levando a ala que apoia Polo a se posicionar. O presidente interino da sigla, deputado Afonso Hamm, afirmou que o partido tem, por ora, dois nomes, mas não descartou a entrada de um terceiro: o ministro do TCU João Augusto Nardes.
Pelo PL, o deputado federal Luciano Zucco reafirmou sua pré-candidatura durante evento da Federasul. Em discurso, defendeu coragem, diálogo e responsabilidade na condução do Estado. Zucco também anunciou uma viagem aos Estados Unidos para tratar de barreiras comerciais que atingem diretamente os setores produtivos gaúchos. Próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar reforça pautas como segurança pública, redução de impostos e estímulo ao empreendedorismo.
A pré-candidatura de Zucco deve ganhar reforço com uma aliança em construção com o partido Novo. A aproximação já está em curso e visa unificar forças da direita em torno de uma candidatura liberal-conservadora com foco em gestão técnica e enxuta. O Novo, que busca ampliar sua relevância no cenário estadual, enxerga Zucco como um nome viável para representar suas bandeiras no Executivo gaúcho.
O PSDB movimentou o tabuleiro político ao lançar o nome de Paula Mascarenhas, atual secretária de Relações Institucionais do governo Leite, como pré-candidata. Apesar de seu histórico de apoio a Gabriel Souza, vice-governador e pré-candidato do MDB, o partido sinalizou independência ao referendar Paula como representante tucana no evento realizado em Rio Grande. Ainda assim, uma ala da sigla defende aliança com o MDB, o que pode levar a negociações intensas nos próximos meses.
No PDT, Juliana Brizola desponta como aposta principal após bom desempenho em pesquisas, mas enfrenta dificuldades em consolidar alianças. O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, ainda filiado ao PDT, também almeja uma candidatura majoritária, cogitando migração para o PSDB. Ele já expressou desejo de estar em uma legenda que dispute de forma concreta o governo estadual. Recentemente, recusou apelo de Juliana para permanecer no PDT.
Gabriel Souza, vice-governador e nome lançado oficialmente pelo MDB em junho, tenta se firmar como opção de centro, buscando o apoio de legendas como PSDB, PDT e PSD – este último, partido do governador Eduardo Leite, que é cotado para disputar a Presidência da República ou até mesmo a uma vaga no Senado. Gabriel tem apoio de parte significativa da base aliada de Leite e já atua como nome viável para dar continuidade ao atual projeto de governo.
No campo da esquerda, o PT já tem seu nome: Edegar Pretto, que disputou o governo em 2022, está disposto a tentar novamente. É o nome preferido do presidente Lula no estado e conta com o respaldo do partido para articular alianças, especialmente com setores do PDT.
Mesmo com diversos nomes e movimentações internas em curso, a corrida pelo Palácio Piratini em 2026 tende a ser uma das mais antecipadas e competitivas da história recente do Rio Grande do Sul. A definição de alianças e coligações deverá ganhar força nos próximos meses e será fator decisivo para consolidar as candidaturas que chegarão às urnas.

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